*Rafael Ribeiro Blat
A ARTE teatral se renova, configura,
refaz cria cores, recria mundos,

valoriza metáforas de vidas cotidianas, um
ofício de milênios, invade espaços, constrói fantasias, transforma vidas, salva
corações desolados... Em nosso contemporanismo, os atores se esforçam para que
suas histórias tenham mais verossimilhança com a vida. Em contraponto, outra
arte milenar também toma conta da nossa esfera artística. O teatro de bonecos.
Sabemos que Boneco é uma figura humana, animal ou abstrata movimentada
manualmente por uma pessoa e não por nenhum meio mecânico autônomo, sendo
também conhecidos pelo nome de Títeres. Essa definição ampla abrange uma enorme
variedade de gêneros teatrais e a uma grande variedade de figuras, mas não se
aplica a determinadas atividades e figuras semelhantes. Uma boneca de
brinquedo, por exemplo, não é um títere, e uma menina que brinca com sua boneca
como se fosse um bebê de verdade não está fazendo um espetáculo de títeres. Mas
se ela colocar o pai e a mãe sentados como uma platéia e fizer a boneca andar
pela beira da mesa, agindo como um bebê de verdade, então estará apresentando
uma forma rudimentar de teatro de Títeres. Ao que tudo indica, o teatro de
Títeres existiu em quase todas as civilizações e em quase todas as épocas. Na
Europa, há registros escritos já no século V a.C. Os registros escritos de
outras civilizações são menos antigos, mas na China, na Índia, em Java e em
muitas outras partes do Oriente o teatro de bonecos tem uma tradição tão antiga
que é impossível determinar quando começou. Os indígenas norte-americanos usam
tradicionalmente figuras semelhantes a Títeres em seus rituais mágicos. São
escassos os registros de títeres na África, mas a máscara é traço importante de
quase todas as cerimônias mágicas africanas, e é difícil traçar uma linha
divisória entre o Títere e um ator mascarado. Pode-se afirmar que o teatro de
Títeres ou de bonecos surgiu sempre antes do teatro escrito, ou melhor, surgiu
antes da própria escrita. O teatro de bonecos é um dos instintos mais antigos
da espécie humana. Há quem afirme que o teatro de bonecos é a forma mais antiga
de teatro, que dele é que surgiu a arte dramática. Não há como comprovar nem
negar uma afirmação dessas. É pouco provável que todas as formas dramáticas da
humanidade tenham sido diretamente inspiradas pelo teatro de bonecos, mas está
aprovado que desde tempos muito remotos o teatro de bonecos e o teatro humano
se desenvolveram lado a lado, e que muito provavelmente um influenciou o
outro.A origem desses dois tipos de teatro está na magia, nos rituais de
fertilidade, no instinto humano de representar aquilo que se deseja que
aconteça na realidade. Ao longo do seu desenvolvimento, o teatro de bonecos foi
perdendo essa origem mágica, que foi substituída por um encantamento infantil
ou por teorias mais sofisticadas de arte e drama, mas mesmo para as platéias de
hoje o fascínio do teatro de bonecos está mais perto do seu sentido mágico
primitivo. Apesar de ter a mesma origem do teatro humano, o teatro de bonecos
tem características especiais, que garantiram a sua sobrevivência ao longo de
tantos séculos, e conservaram intacto o seu fascínio. A comunhão entre o ator e
a platéia é o coração e a alma do teatro, e essa comunhão pode se dar de uma
maneira muito especial, na verdade muito intensa, quando o ator é um boneco. Em
Goiânia A Cia teatro do maleiro formas animadas Y Titeres, completa 5 anos de
existência e se firma como umas das principais na categoria no quesito difusão
e produção artística. A Cia do Maleiro nasceu no berço do tango e num do
principais centros de pesquisa sobre o boneco. A Argentina. Trabalho realizado
pelas mãos do bonequeiro Marcos Marrom, a Cia tem investido em várias pesquisas
e propostas para o fomento do boneco. Em 2007, Marcos Marrom teve a ideia de
montar uma Cia. de bonecos, após trabalhar na Cia de teatro Nu Escuro. Em 2008
seguiu para a Argentina (Buenos Aires) para encontrar com Noalaní Agulló,
Gabriela Civale, Eduardo Paéz e montou o espetáculo “Cuerda Bamba”, a partir do
mesmo espetáculo, surgiu a ideia do nome da Cia. “Teatro do Maleiro formas
animadas y títeres”. Na Argentina a Cia. realizou mais de 50 apresentações nos
mais diversos locais, como o Museo del Títeres de Sarah Biachi , Calle de los
títeres e no Festival de Teatro de La Classe Obrera e, passou ainda, dose meses
trabalhando nas escolas públicas da Argentina pelo projeto “Teatro na Escola”
da universidad San Martin.No Brasil, em 2011, na cidade de Goiânia, a Cia.
estreou a peça O Boneco de Cor com o objetivo de estimular a imaginação dos
jovens e adultos a partir de uma história cerceada de muita poesia e interação
com o público. No mesmo ano, foi premiada como melhor espetáculo pelo juri
especial do III Festival Nacional de Teatro realizado em Goiânia pela Cia.
Oops! O espetáculo passou ainda pelos festivais Goiânia em Cena, Sesc (Go),
pelo projeto Cortina Aberta, Oficina Cultural Geppetto, (FRING) Festival
Internacional de Curitiba - 2012, Teatro Coletivo em São Paulo, e pela 3ª
edição do Festineco em Brasília. Nestes 5 anos a cidade de Goiânia mudou muito
o olhar sobre o teatro de bonecos. Além do Maleiro, a Cia Nu Escuro pelas mãos
da bonequeira Izabela Nascente, se fixa como um dos principais do país, além de
outros excelentes bonequeiros como Marcos Lotufo do centro cultural Geppetto
que inclusive presta alta consultoria à vários grupos que pesquisa esta
categoria, como por exemplo o grupo de teatro Arte e fogo. Consecutivamente
artistas se despertam para a importância do boneco. Um recente grupo, o
Destinatários de Thiago Santana, também começa a entrar nesta Saara primordial
ao teatro. Nestes 5 anos a Cia Teatro do Maleiro formas animadas Y Títeres,
lança um pacote comemorativo que inclui apresentações no mês de setembro do
premiado espetáculo O Boneco de Cor, e além disto uma série de curta metragens
que a Cia produziu cujo foco é discutir a relação de alguns bonequeiros da
cidade de Goiânia, e grupos que utilizam o boneco.Para os curta metragens Foram
entrevistados os artistas: Marcos Amaral Lotufo, construtor, design, produtor,
professor.Isabela Nascente atriz, bonequeira, diretora, Cia Nu escuro.
Guadalupe- costureira, atriz, artista plástica, professora e bonequeira.
Delgado Filho- ator, Diretor, bonequeiro e Martins Muniz – diretor de cinema e
bonequeiro . Convidamos a cidade de Goiânia a abrir os braços cada vez mais a
magia dos bonecos. Um rico e fundamental trabalho.

Cinema - Curta-metragem Sr. Jesus? e curtas metragens de bonequeiros que trabalha ou já trabalharam em Goiânia produzido pela Cia. Teatro do Maleiro formas animadas y títeres com co-produções Topada Produções e Fora da Lei cinema e videos Dias 12 e 13 (quarta e quinta)
Horário: 18h
Entrada Franca
Censura Livre
Dias 12 e 13 de Setembro (quarta e quinta) Horário: 20h (teatro) e 18h (cinema) Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) para o teatro e entrada franca no cinema
TEATRO GOIANIA OURO CENTRO Rua 03, esquina com Rua 09, nº 1.016, Galeria Ouro, Centro - Goiânia - GO 96653490/85541259
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